branco

14:52 @Tiabetok 0 Comentários


Parede, chão e teto. A junção de todas as cores e nenhuma delas; refletindo nossas dúvidas entre os pigmentos de personalidade que ainda não escolhemos para enfeitá-la. Hospício talvez, ou simplesmente o lugar dos meus bloqueios criativos. Deixando a impressão da casa muito engraçada, aquela que não tinha teto e nem nada; nem quadro, ou espelho, nem mesmo uma tomada, rachaduras ou aranhas pela parede. Aquele espaço vazio que quando me forço a escolher algo que nos caracterize  encontro-me em toda psicodelia dessa nossa preguiça de nos construir em concreto. e cá estou escrevendo sobre braco em branco; tentando descifrar o mistério de tudo isso: o meu incômodo por toda essa palidez que não combina com meu batom vermelho.

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disperso em nuvens de fumaça

18:54 @Tiabetok 0 Comentários


Aos poucos tragava. A caixa dizia ter gosto de baunilha, não sentia. Não tinha o paladar treinado às questões tabagistas, mas naquele momento estava fumando.
A cada nova baforada uma tossida. Voltava para si mesma e achava cada vez mais estúpida essa ideia de fumar, no entanto tinha de alguma forma controlar aquela ansiedade.
Tomou um café que também não é de seus hábitos, mas era inverno, e precisava de algo para aquecer-lhe por dentro, já que as poucas roupas que ele deixou ainda aqueciam-lhe o corpo.

Era o último cigarro, e a saudade ainda doía...

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Psicodelizando I

09:33 @Tiabetok 2 Comentários


escorriam dores por meus dedos, coloridas como os dias que deixaram de ser. Na cabeça pulsante o thc restante de quem docemente ria em meio a fumaça lilás, ou vermelha como os olhos que já estão; estando perdidos em meio a achados de formas e luz; e sombras sem cor. No grito calado saído do copo de quem espera mais do que tem, que acredita no céu mais do que deve; que se inunda nos fevereiros de carnaval e nas garrafas espalhadas pelo chão pra não mais chorar sangue.

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Parte I - de alguma coisa

21:59 @Tiabetok 0 Comentários


Teria deixado para trás se não fossem esses impulsos sentimentais que tanto atormentam. Seria fácil seguir uma idéia, um plano, se por um único instante nosso coração deixasse de lado seus desejos. Aliás, nada está no coração, ele é só um músculo, quem sente  é o cérebro. Mas como decidir quando o cérebro brinca com você? Te mostrando todas as direções exatas e decisões a serem tomadas e paralelo a isso te bombardeando com sentimentos de culpa, ausência e dor [embora não física]. um saco. Um grande saco!
Se perder em meio a literatura barata e trilha sonora de comédias românticas e em um estalo se deparar pensando, repensando, trepensando no assunto enfraquecendo sua decisão anterior. Isso enfraquece. Você é fraca, e não admite. Quem admite?! 
E em meio a acessos de indecisão volta ao maço de cigarros escondidos na gaveta. Não fuma e sabe disso, mas pouco importa quando as "coisas" aliviam. Se aliviar; anular o mundo; eximir paixões; uma música de verdade agora... daqueles discos empoeirados... Always on my mind... enquanto se movimenta suavemente em passos de balé, que sua mãe sempre obrigou que fizesse e mesmo assim nunca compareceu as aulas. rodopiava entre a fumaça e risos trêmulos que continham lágrimas. Cantarolava a música. um preságio? É inteligente demais para acreditar nessas coisas... e assim continuou até o fim do disco, o fim da fumaça... os problemas se findam, um dia.

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